domingo, 27 de março de 2011

Poemas de Dilson Zanenga Ramos Ruiz

Coitada

não fez nada e apanha tanto
Todo mundo chuta
todo mundo quer chutar
É de bico é de boleio
até de soco
às vezes
Jogam-na pro mato
dizendo que é jogo
de campeonato
e coitada
volta arranhada
Dão de sola
jogando-a para escanteio
Todos batem
sem dó nem piedade
dizem que é coisa feita
sina ou destino
Sei lá
Só sei que a bola nasceu mesmo
é pra apanhar

Dilson Zanenga Ramos Ruiz
Em http://ehlersruiz.blogspot.com/
***

Pé quebrado

Um poema
que li no ônibus
não tinha sentido
nem sentimento
É um arrependimento
O poeta estava pouco inspirado
fez um verso
de pé quebrado

Dilson Zanenga Ramos Ruiz


***

Passe livre

Nos bancos da frente
dos ônibus da Capital
muitos anos acumulados
experiência
idade
esperança
Sorriso estampado
pelo direito adquirido
legitimamente

Dilson Zanenga Ramos Ruiz

***

Parente

E na noite quente
o mosquito
virou meu parente
Sangue
do meu sangue

Dilson Zanenga Ramos Ruiz

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